A rua Desembargador do Vale é, depois da Alfonso Bovero, a rua da região de Perdizes e Pompeia com a maior variedade de lojas de produtos e serviços.
A via pública que no ano de 1919 era oficialmente nomeada como Travessa 4 de acordo com o planejamento feito pela Companhia Urbana Pompeia que fez a demarcação das ruas do bairro. Em setembro daquele ano, a Prefeitura de São Paulo através do processo número 217.673/1919, homenageou o catarinense José Maria do Vale (1835-1914). Advogado formado pela Faculdade de Direito de São Paulo, ele foi além de advogado e professor, um político e assumiu postos como o de chefe de polícia no Estado do Espírito Santo e depois presidente (hoje, governador) daquele Estado da região Sudeste. Em São Paulo, foi desembargador e aposentou-se em 1893. É um dos fundadores do Instituo Pasteur. Morreu em 29 de março de 1919, segundo o Dicionário de Ruas.
A rua pertence a Sub Prefeitura da Lapa e tem início no cruzamento das Rua Diana (e não na Tucuna, como foi publicado na edição impressa) em Perdizes e termina na Rua Ribeiro de Barros, na Pompeia.
Antes uma rua totalmente residencial, hoje tem muitas lojas, bares, barbearia, pet shops, farmácias, escolas de idiomas, restaurantes, oficinas mecânicas entre outros serviços e tem uma igreja presbiteriana em sua extensão.
Entre moradores e comerciantes no número 680 da Desembargador do Vale estão os irmãos Rodrigo e Lucio Mauro Favaro, donos da Omega Serviços Automotivos (tel. 3676-0907). A oficina atende veículos nacionais e importados e tem entre outras especialidades serviço de mecânica em geral, injeção eletrônica, balanceamento, rodas. A oficina foi aberta em 1984 pelo pai dos atuais donos. “E aprendemos aqui com ele a mexer nos carros e fomos nos atualizando e estamos aqui desde então. Meu pai se aposentou e hoje mora no interior paulista”, diz Lucio Mauro, o irmão mais velho.
Entre suas lembranças da rua, Lucio Mauro, diz que “além da oficina do meu pai, neste quarteirão tinha uma banca de jornal, um bar em uma esquina e um açougue na outra esquina. E só! Era um bairro de moradia de funcionários das Indústrias Matarazzo e da Cia. Antártica. Hoje, o cenário é bem diferente, um grande número de edifícios foram construídos e os moradores antigos são poucos. No espaço onde moravam oito famílias, hoje vivem umas 40. Nossa família morou ao lado da oficina por um tempo!”. Para ele a vinda de mais moradores é benéfica para seu negócio, “temos mais clientes para atender além dos tradicionais”.
Quando crianças, Lucio Mauro lembra que embarcado em um carrinho de rolimã ele e o irmão desciam as ladeiras das ruas da região. “Era tudo calmo e tranquilo. Era uma diversão para nós!”.