Exemplo|de sambista

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Haonê é Mancha Verde na avenida

Recentemente o Programa Caldeirão do Huck, da TV Globo, promoveu o concurso da Musa do Carnaval de São Paulo. Entre as 14 escolas de samba do  Grupo Especial que participaram , uma delas, Haonê Thinar, da Mancha Verde, que é deficiente física, levantou e emocionou a plateia.
Haonê Thinar tem 19 anos, é estudante do 2º ano do ensino médio, trabalha como assistente de marketing em uma empresa no bairro da Lapa e mora no Jardim Peri, zona norte da cidade.
Sobre sua participação no programa, ela diz: “depois que me viram no Caldeirão do Huck, fiquei super conhecida e embora não tenha ganhado o concurso, muitas outras portas se abrirão para mim”.
A estudante teve aos oito anos de idade um tumor ósseo que apesar da quimioterapia que se submeteu no Graac (Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer), a amputação da perna direita foi inevitável. “Foi difícil, mas não me derrotei e segui em frente, apesar de ter sido muito ofendida pelos colegas na escola. Hoje, felizmente, as pessoas respeitam mais a minha deficiência. Mas fiz e faço tudo o que tenho vontade, namoro, danço, trabalho e até sambo!”
A sua escolha para representar a a escola da Barra Funda, ela diz que deve à confiança que o presidente da escola, Paulo Serdan, depositou nela. “Haviam outras candidatas à musa, mas ele me deu a maior força. Foram três dias maravilhosos que passei em Fortaleza para a gravação.”
Ficar em destaque não é novidade para esta jovem de sorriso fácil e fala mansa. Ela já foi, tempos atrás, modelo de uma marca onde deficientes eram contratados para mostrar a marca.
Mais velha entre três irmãos, Haonê Thinar (seu nome, segundo ela, é de origem egípcia e significa Deusa do Luar) entrou na escola por influência do irmão Cauê Felipe, diretor de ala na Mancha Verde. “Comecei a frequentar os ensaios da Mancha Verde em outubro do ano passado e sempre fui muito bem recebida pela comunidade”, afirma ela. No desfile da escola no próximo dia 17, ela vai desfilar na ala da comunidade.
Quem estranha a deficiência de  Haonê, ela responde com uma frase do Bob Marley: “Vocês riem de mim por ser diferente e eu rio de vocês por serem todos iguais”, lembra ela, que confessa que além do carnaval adorar os bailes de funk.

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