Morador de Perdizes, Audálio lançou recentemente dois livros: “Tempo de Reportagem” e “As Duas Guerras de Vlado Herzog”.
Alagoano de Tanque D’Arca, o jornalista e escritor Audálio Dantas é autor de mais de dez livros, entre os quais “O chão de Graciliano”, que foi premiado com o APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) de 2007. Ele foi presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Paulo, da Federação Nacional dos Jornalistas e deputado federal pelo MDB. Em 1981, recebeu um prêmio da ONU por sua atuação em defesa dos direitos humanos.
“Tempo de Reportagem” (Leya) tem prefácio do também jornalista e escritor Fernando de Morais. São treze reportagens publicadas entre o final da década de 1950 e meados dos anos 1970, no jornal Folha da Noite e nas revistas O Cruzeiro, Realidade e Playboy. Nas reportagens que ele traz de volta, faz comentários sobre os bastidores de como elas foram feitas e as matérias ainda mantêm uma grande atualidade.
Entre as reportagens do livro, destaque para a história da favelada e depois escritora de sucesso Carolina Maria de Jesus, que Audálio encontrou por acaso durante a matéria que fazia sobre a favela do Canindé. Os cadernos de Carolina foram editados por Audálio e se transformaram no livro “Quarto de Despejo”, que deu fama e dinheiro à sua autora, que pôde sair da favela. O texto sobre o Edifício Martinelli, primeiro arranha-céu da cidade, também é cheio de lirismo quando o autor retrata seus moradores e a rotina do prédio.
O outro livro lançado por Audálio, “As Duas Guerras de Vlado Herzog” (Civilização Brasileira), “levou muitos anos para ser escrito”, conta ele, que presidia o Sindicato dos Jornalistas em 25 de outubro de 1975, quando o jornalista Vlado Herzog (1941-1975), então diretor de jornalismo da TV Cultura, foi prestar um depoimento no DOI-Codi e acabou sendo assassinado, embora o atestado de óbito informasse que ele havia se suicidado.