Mama da|África

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Mama da África

Nove países entre os quinze considerados como parte da África Ocidental foram os escolhidos por Surama Caggiano para que fizessem parte de uma exposição que representou a luta da mulher africana por sobrevivência mais digna e justa desde os primórdios da civilização, conforme se dá a história.
Nove esculturas feitas em material totalmente reciclados são o RG do projeto que teve início em uma exposição na Galeria TU em Pinheiros, seguiu para a Funart e depois viajou para a Bahia em comemoração do Dia da Consciência Negra. Um trabalho minucioso e delicado sob a técnica do Mosaico que dá alma às esculturas que medem cerca de 1,90 m e pesam 10 quilos cada uma.
Artista plástica moradora em uma das nossas alamedas arborizadas que formam o bairro da Pompeia, Suruma fez o caminho contrário daquele bem conhecido na história da emigração brasileira: nasceu em São Paulo, mas ainda criança foi para a Bahia, no município de Pindobaçu. Somente na adolescência, aos 17 anos, voltou para a capital paulista, cuja participação na efervescência cultural é objetivo na vida de muitos artistas de outros estados do país.
Algum tempo se passou depois disso e quem está nessa faixa etária, hoje, é uma filha que se embrenhou pelos caminhos musicais, escolha pela qual, admite deixar que seja tomada com liberdade, mas que não faltam os questionamentos de toda a mãe, perguntas como “se é este mesmo o caminho a trilhar” ou “como será viver de arte e adaptar-se à realidade brasileira”, revela ao Guia Daqui.
Já deu para ver como é que essa história se desenrola. Exercendo o papel de mãe, esposa, neta e filha, executiva, artista, e mulher brasileira, Surama foi buscar na raiz africana a origem do que representa ter nascido em um país tropical abençoado por Deus, mas que caminha com lentidão no que diz respeito aos direitos e situações de igualdade com o sexo masculino, sobretudo no campo de trabalho. Segundo a concepção da artista para o projeto Mulheres Africanas, a batalha da mulher daquele Continente “não se difere de muitas outras mulheres do mundo, sobretudo a mulher brasileira nordestina, cuja semelhança se dá não só pela descendência, mas pela coragem e força destas mulheres em prol da sobrevivência”, destaca no projeto. (CT)

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