Artista plástico constrói ninhos para passarinhos

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O artista plástico Rodrigo de Morais Machado já instalou mais de 100 casinhas de pássaros pela cidade.

Rodrigo é um apaixonado pela natureza e trabalha com marcenaria. Criou o projeto João-de-Barro e aproveita  restos de madeira que iriam para o lixo em casinhas de pássaros.

O artista sempre morou na zona Oeste da cidade. Na Pompeia, na Lapa, na Água Branca e agora em Perdizes.

Sua relação com os passarinhos teve início quando começou a deixar frutas na  sacada de seu apartamento para os passarinhos. “Eles apareciam para comer e resolvi fazer umas casinhas com garrafas pets para eles”, conta.

Árvore de casinhas que Rodrigo montou na Vila Ipojuca (Foto/Gerson Azevedo)
Árvore de casinhas que Rodrigo montou na Vila Ipojuca (Foto/Gerson Azevedo)

No seu trabalho na marcenaria surgiu a ideia de criar as casinhas e distribuí-las pela cidade. “Resolvi aproveitar as sobras de madeira e fazer as casinhas para os pássaros”, diz. “As primeiras foram instaladas na avenida Sumaré”.

Rodrigo também é educador e já realizou muitas oficinas de sucatas para crianças em unidades do Sesc, na capital e no interior, “as crianças adoram essas atividades”, lembra.

Ele é o dono do Estúdio Buriti que desenvolve um trabalho voltado para a criação de móveis.

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O sucesso das casinhas rendeu a ele a encomenda feita pela agência Glória Brasil para criar uma árvore de casinhas e instalar outras pelas árvores da Vila Ipojuca com o patrocínio de uma construtora. A árvore de casinhas, também foi construída com sobras de madeira, está instalada na rotatória da rua Mota Paes e tem 50 casas de pássaros. Outras 50, Rodrigo instalou pelas árvores ao redor da rotatória.

“As casinhas são fixadas por parafusos nas árvores e não causam dano à saúde e estrutura da árvore, eu garanto. E não seria coerente da minha parte causar danos às árvores!”, explica.

O trabalho de Rodrigo em uma marcenaria ao lado da estação Água Branca. E ali onde as casinhas são construídas. Garante que só usa madeira certificada como pinus, caxeta e outras. Depois de montadas recebem uma proteção de verniz naval e “a estimativa é que durem uns 4 anos, pelo menos”, calcula. Diz não ter ideia de quantos passarinhos ocuparam as casinhas que ele espalhou pela cidade.

Rodrigo instalou mais de 100 casinhas pela região. (Foto/Divulgação)
Rodrigo instalou mais de 100 casinhas pela região. (Foto/Divulgação)

O ‘construtor de casinhas para pássaros’ conta que não tem uma rotina para construir e instalar as casinhas. E fazer intervenções pela cidade não é novidade para Rodrigo. Desde 2009 ele participa do projeto Urban Trash Art. “Eu e os colegas transformamos o que encontramos pelas ruas em esculturas gigantes. Participamos de viradas culturais e fomos convidados para ir ao Canadá instalar uma dessas esculturas”.

Outro projeto criado por Rodrigo é o Serviços Gerais. Sozinho ou com outros colegas ele sai pelas ruas da cidade para fazer pequenos consertos em praças. “O primeiro conserto fiz em uma cerca perto do metrô Ana Rosa. Era uma cerca em situação vergonhosa. Pensei ‘como pode isso em uma cidade da importância de São Paulo. Fiz o conserto e depois fiz outros pelas minhas andanças”. Ele faz isso de maneira voluntária e sem ajuda de custo ou patrocínio.

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Por que Rodrigo faz tantas ações como essas? Ele conta que “A chegada da Nina, minha filha, mexeu muito comigo! Me preocupo com o futuro dela. Trabalhamos para pagar as contas e nos trancamos nos prédios e nem conhecemos nossos vizinhos. Mostramos nossos rostos felizes no Facebook! Precisamos agir de uma forma diferente, mais devagar e refletir nossos atos…”, resume seu modo de encarar a vida e contribuir com o outro. Nós e os passarinhos agradecemos! (Gerson Azevedo)

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