Memorial recebe Portinari

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Os painéis Guerra e Paz de Candido Portinari (1903-1962) foram pintados sob encomenda para o hall de entrada da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, em Nova York (EUA). Eles são as grandes estrelas expostas no Salão de Atos do Memorial da América Latina até o dia 21 de abril, com entrada gratuita e que merecem ser vistos.
As duas imensas telas, de 14 x 10 m cada uma, foram pintadas entre 1952 e 1956. O governo brasileiro encomendou os murais para presentear a ONU. Na época, ao receber os murais, Dag Hammarskjold, prêmio Nobel da Paz e secretário-geral da ONU na época da doação, afirmou ser aquela “a mais importante obra de arte monumental” doada à organização.
Em 2011, os painéis voltaram ao Brasil para serem restaurados no Rio de Janeiro. Realizado entre fevereiro e maio de 2011, o restauro trouxe de volta às obras o cromatismo intenso que caracteriza o trabalho de Portinari. Depois eles foram expostos no Theatro Municipal do Rio de Janeiro por duas semanas e receberam um grande público. São Paulo é a segunda cidade brasileira a receber e poder contemplar estas obras até 21 de abril, quando então os painéis seguem para o Japão e Noruega, onde estarão expostos na ocasião da entrega do Prêmio Nobel da Paz deste ano, antes de seguir de volta à Nova York, seu destino final.
Os murais são compostos por 280 placas de madeira compensada naval, com 2,2 metros de altura por cinco de largura, pesando cada 75 quilos cada uma. Para se ter uma ideia das dimensões, Guerra e Paz é maior do que a cena do “Juízo Final”, de Michelangelo, que está na Capela Sistina, no Vaticano.
Para facilitar a compreensão do espectador em relação às telas, uma apresentação audiovisual de cerca de 9 minutos é projetada a cada hora. Os detalhes das pinturas ganham destaque com um eficiente jogo de luzes que mostra o tema tratado pelo pintor nascido em Brodósqui, interior de São Paulo.
Além dos painéis, há duas exposições complementares que merecem ser visitadas também. Na Galeria Marta Traba estão reunidos cerca de 100 dos 180 estudos originais preparatórios para Guerra e Paz, todos catalogados pelo Projeto Portinari. Além dos esboços e estudos, uma série de documentos, reportagens, fotos e correspondências trocadas pelo artista com diversas personalidades sobre os painéis.
Na Biblioteca Victor Civita acontece a projeção digital de toda a obra de Portinari em ordem cronológica. O acervo é resultado do levantamento e catalogação de quase 5 mil obras e 30 mil documentos relacionados à obra e à vida do pintor, que morreu no Rio de Janeiro e que considerou este um dos seus melhores trabalhos.

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